Diagnóstico do Alzheimer: entenda os exames e avanços científicos - Synlab

Diagnóstico do Alzheimer: entenda os exames e avanços científicos

Publicado por SYNLAB em 17 de dezembro de 2025
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doença de Alzheimer representa um dos maiores desafios globais em saúde pública. O aumento da longevidade populacional elevou de forma significativa o número de casos, tornando a enfermidade uma das principais causas de incapacidade em pessoas idosas. 

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cenário global da condição indica que, em 2021, aproximadamente 57 milhões de pessoas viviam com demência no mundo, sendo que mais de 60% dessas pessoas estão em países de baixa e média renda. A doença de Alzheimer é uma forma comum de demência, com cerca de 10 milhões de novos casos de demência diagnosticados anualmente no mundo [1]. 

 

Diante desse cenário, torna-se importante compreender como a identificação precoce da doença de Alzheimer pode transformar o manejo clínico e favorecer decisões terapêuticas mais efetivas. Este conteúdo reúne informações atualizadas sobre métodos diagnósticos, incluindo exames laboratoriais e ferramentas de apoio, além de apresentar avanços científicos que ampliam a precisão na detecção e no monitoramento da doença. Confira! 

O que é a doença Alzheimer e por que o diagnóstico precoce é essencial? 

A doença de Alzheimer é definida como uma doença neurodegenerativa progressiva, caracterizada por comprometimento cognitivo, especialmente da memória, associado à presença dos marcadores neuropatológicos típicos: placas de proteína β-amilóide e emaranhados de proteína tau hiperfosforilada. 
 

O diagnóstico pode ser realizado por critérios clínicos (declínio cognitivo progressivo, prejuízo funcional) e, cada vez mais, por confirmação biológica via biomarcadores (PET amiloide, tau, ou dosagem plasmática/CSF) [2,3]. 

 

Os principais sintomas da doença de Alzheimer são o comprometimento progressivo da memória episódica, especialmente para eventos recentes, seguido por prejuízo em outras funções cognitivas, como linguagem (dificuldade para encontrar palavras e nomear objetos), orientação espacial, atenção, raciocínio abstrato e função executiva.  

 

Com a evolução do quadro, surgem dificuldades para realizar atividades cotidianas, como administrar finanças, preparar refeições, higiene pessoal e locomoção, levando à perda de autonomia funcional [2]. 

 

O diagnóstico precoce permite iniciar intervenções sintomáticas e modificadoras da doença em estágios iniciais, quando há maior potencial de impacto sobre a progressão dos sintomas e qualidade de vida. A identificação antecipada possibilita planejamento de cuidados, acesso a terapias aprovadas, inclusão em ensaios clínicos, e suporte psicossocial para pacientes e familiares.
 

Além disso, intervenções precoces podem retardar o declínio funcional, otimizar o manejo de comorbidades e facilitar estratégias de reabilitação cognitiva [4,5]. 

 

Números da doença de Alzheimer no Brasil 

No Brasil, dados indicam que entre 2000 e 2019 ocorreram mais de 211 mil mortes atribuídas à doença de Alzheimer, com predominância em mulheres (64%). A maior parte dos óbitos ocorreu na faixa etária acima de 80 anos (73%), seguida pela faixa dos 70-79 anos (23%) [6]. Entre 2013 e 2022, foram registradas 14.024 internações hospitalares por doença de Alzheimer, com maior prevalência também na região Sudeste, e o grupo etário mais acometido foi o de 80 anos ou mais [7]. 

 

Além disso, o Brasil apresentou uma das maiores prevalências ajustadas pela idade para demência em 2016, com cerca de 1,7 milhões de pessoas afetadas, ocupando um dos primeiros lugares globalmente no número de casos [8] 

 

Estes são dados que destacam o grande impacto da doença na qualidade de vida do brasileiro, indicando a necessidade de políticas específicas e investimento em cuidados e prevenção para a população idosa no país. 

 

Quais são os principais exames para diagnosticar o Alzheimer? 

Os exames para diagnóstico da doença de Alzheimer seguem uma abordagem escalonada que começa com testes cognitivos estruturados capazes de avaliar múltiplos domínios e diferenciar o quadro de outras demências, além de testes específicos de memória episódica recomendados para detecção precoce [3]. 

 

Exames de imagem são indicados para descartar causas secundárias e identificar padrões de atrofia típicos. Já os exames laboratoriais envolvendo a análise de biomarcadores em líquor ou plasma vêm ganhando cada vez mais relevância para confirmação etiológica [3]. A seguir, conheça em mais detalhes os exames para diagnóstico da doença de Alzheimer. 

 

Testes cognitivos e neuropsicológicos 

Os testes cognitivos e neuropsicológicos utilizados para o diagnóstico da doença de Alzheimer, considerando sintomas típicos de comprometimento progressivo da memória, linguagem, orientação espacial, atenção, raciocínio abstrato e função executiva, incluem o Mini-Mental State Examination (MMSE), o Montreal Cognitive Assessment (MoCA), o Addenbrooke’s Cognitive Examination–Revised (ACE-R), o Mini-Cog e o Clock Drawing Test.  

 

Estes instrumentos avaliam múltiplos domínios cognitivos e apresentam boa acurácia para distinguir Alzheimer de outras causas de demência [9-11]. 

 

Para avaliação detalhada da memória episódica, testes como o Free and Cued Selective Reminding Test (FCSRT), o Rey Auditory Verbal Learning Test, o California Verbal Learning Test, e o Logical Memory da Wechsler Memory Scale são recomendados, pois avaliam tanto o aprendizado quanto a retenção de informações, sendo úteis para identificar comprometimento precoce e diferenciar Alzheimer de outros quadros [9-11]. 

 

Testes de fluência verbal, avaliação de linguagem, atenção, funções executivas, e habilidades visuoespaciais (como o teste do relógio) complementam a bateria neuropsicológica, permitindo caracterizar o perfil de déficits e orientar o diagnóstico sindrômico. A escolha dos testes deve considerar o contexto clínico, escolaridade e cultura do paciente, sendo recomendada a comparação dos resultados com normas ajustadas por idade e escolaridade [9-11]. 

 

Exames de imagem 

Os principais exames de imagem utilizados são a ressonância magnética (MRI) e a tomografia por emissão de pósitrons (PET scan), cada um com funções distintas e complementares [12]. 

 

A ressonância magnética é recomendada como primeiro exame após avaliação clínica, sendo fundamental para excluir causas reversíveis de demência e identificar padrões de atrofia cerebral característicos do Alzheimer, especialmente atrofia do lobo temporal medial e hipocampo. 

 

Embora útil para detectar neurodegeneração e orientar o diagnóstico diferencial, a MRI tem sensibilidade limitada para identificar a doença de Alzheimer em estágios iniciais e não distingue etiologias específicas de demência [12]. 

 

A PET scan oferece maior especificidade etiológica. O FDG-PET avalia o metabolismo cerebral, mostrando hipometabolismo temporoparietal típico do Alzheimer, enquanto padrões frontais ou temporais sugerem outras demências, como frontotemporal ou demência com corpos de Lewy. 

  

O PET amiloide detecta depósitos de β-amilóide, sendo útil para confirmar ou excluir Alzheimer, especialmente em casos atípicos ou de início precoce.  

 

O PET tau identifica agregados de proteína tau, com alta acurácia para diferenciar Alzheimer de outras causas de demência, principalmente em estágios mais avançados [12]. 

 

Esses exames contribuem para o diagnóstico diferencial ao revelar padrões específicos de atrofia, hipometabolismo ou acúmulo proteico, permitindo distinguir Alzheimer de demências vasculares, frontotemporais, com corpos de Lewy e outras etiologias neurodegenerativas.  

 

A escolha do exame depende do contexto clínico, disponibilidade e necessidade de confirmação etiológica [12]. 

 

Exames laboratoriais 

Os exames laboratoriais incluem tanto a exclusão de causas secundárias quanto a análise de biomarcadores sanguíneos específicos. Entre eles, destacam-se a relação Aβ42/Aβ40, cujo declínio indica presença de placas amiloides, e as formas fosforiladas de tau (p-tau181 e p-tau217), especialmente sensíveis para identificar patologia tau e diferenciar Alzheimer de outras demências.  

 

Marcadores como neurofilamento leve, associado à neurodegeneração, e GFAP, relacionado à ativação astrocitária, complementam a avaliação biológica da doença [13,14]. 

 

A combinação desses biomarcadores aumenta a precisão diagnóstica, favorecendo a identificação precoce, inclusive em cenários de atenção primária. Exames gerais, como TSH, vitamina B12 e função renal e hepática, seguem essenciais para excluir condições tratáveis, embora não contribuam para a definição etiológica do Alzheimer.  

 

A disponibilidade crescente de biomarcadores plasmáticos representa um avanço relevante por oferecer métodos menos invasivos e mais acessíveis para suporte diagnóstico [13,14]. 

 

Gene APOE 

O gene apolipoproteína E (APOE) é o principal fator genético de risco para a forma esporádica e tardia da doença de Alzheimer. Existem três alelos principais: E2, E3 e E4.  

 

  • O alelo E4 está associado a um risco significativamente aumentado de Alzheimer; indivíduos heterozigotos (E3/E4) têm risco aproximadamente 3 a 4 vezes maior, enquanto homozigotos (E4/E4) podem ter risco até 12 vezes maior em relação ao genótipo E3/E3.  
  • O alelo E2 é considerado protetor, reduzindo o risco em cerca de 40% para portadores heterozigotos (E2/E3) e ainda mais para homozigotos (E2/E2).  
  • O alelo E3 é o mais comum e é considerado neutro em relação ao risco [15]. 

 

O impacto dos alelos varia conforme ancestralidade, sexo e idade. O risco conferido pelo E4 é mais pronunciado em populações de ascendência europeia e asiática, menos em afrodescendentes e hispânicos, e é maior em mulheres, especialmente entre 60 e 70 anos.  

 

O E2, embora protetor contra Alzheimer, não protege quando combinado com E4 (genótipo E2/E4), que se comporta mais como E4, com risco aumentado e neurodegeneração semelhante, porém com progressão mais lenta [15]. 

 

APOE influencia o início e a gravidade da deposição de β-amilóide e tau, modulando o início dos sintomas e a progressão da doença. A genotipagem do APOE não é recomendada para diagnóstico clínico de rotina, mas têm valor em pesquisa, estratificação de risco e desenho de ensaios clínicos [15]. 

 

Exame de sangue para doença de Alzheimer: revolução no diagnóstico precoce 

Como mencionado anteriormente, os exames de sangue para diagnóstico da doença de Alzheimer baseiam-se na dosagem de biomarcadores plasmáticos que refletem a presença de proteína amiloide e tau cerebral. Os principais marcadores são a razão entre proteína beta amiloide Aβ1-42 e Aβ1-40 (Aβ42/Aβ40) e as formas de tau fosforilada (especialmente p-tau217 e p-tau181) [16]. 

 

A razão Aβ42/Aβ40 diminui em indivíduos com depósito cerebral de placas amiloides, sendo útil para triagem de patologia amiloide. No entanto, sua precisão isolada é inferior à dos marcadores de tau fosforilada, pois pode ser influenciada por fatores periféricos e comorbidades.  

 

A acurácia do Aβ42/Aβ40 em plasma para detectar positividade em PET amiloide varia entre 82% e 97% em métodos de espectrometria de massa, mas é menor em imunoensaios convencionais [16]. 

 

A tau fosforilada 217 (p-tau217) é o marcador plasmático com maior desempenho no diagnóstico. O aumento de p-tau217 ocorre precocemente e acompanha a progressão da doença, com acurácia superior a 90% para diferenciar Alzheimer de outras demências e para detectar positividade em PET amiloide e tau [17] 

 

O p-tau181 também é útil, mas apresenta desempenho inferior ao p-tau217 [17,18]. A razão p-tau217/Aβ42, ou o percentual de p-tau217, apresenta acurácia equivalente ou superior aos testes de líquor, com valores preditivos positivos de até 97–99% em pacientes com comprometimento cognitivo [19]. 

 

O principal benefício clínico desses exames é a possibilidade de diagnóstico rápido, acessível e não invasivo, reduzindo a necessidade de punção lombar ou PET, e permitindo triagem e encaminhamento precoce para o tratamento.  

 

Os novos marcadores plasmáticos (Aβ42/Aβ40, p-tau217, p-tau181) oferecem alta precisão diagnóstica, especialmente quando combinados, e representam uma revolução no diagnóstico precoce e acessível da doença de Alzheimer [16]. 

 

Quais as principais diferenças entre os exames? 

Os exames possuem funções distintas, e entender essas diferenças é fundamental para organizar a investigação clínica. Os testes cognitivos e neuropsicológicos representam a etapa inicial e se diferenciam por avaliar diretamente o desempenho cognitivo do paciente. Eles identificam padrões de prejuízo em memória, linguagem, atenção e funções executivas, permitindo levantar a suspeita clínica de Alzheimer, mas não confirmam a etiologia. São ferramentas de triagem e caracterização do perfil cognitivo [3]. 

 

Os exames de imagem têm outro papel: diferenciar Alzheimer de outras causas estruturais e mostrar padrões anatômicos ou funcionais compatíveis com a doença. A ressonância magnética identifica atrofia em regiões específicas, enquanto os PET scans apresentam maior especificidade ao revelar alterações metabólicas ou depósitos proteicos. Assim, diferem dos testes cognitivos por fornecer evidências anatômicas ou moleculares, e não comportamentais [3]. 

 

Já os exames laboratoriais se distinguem por permitir a avaliação biológica da doença. Biomarcadores plasmáticos e liquóricos, como Aβ42/Aβ40 e tau fosforilada, refletem diretamente a presença de proteína amiloide ou tau no sistema nervoso central, oferecendo confirmação etiológica. Em contraste com imagem e testes cognitivos, esses exames podem detectar alterações muito precoces e têm desempenhos diagnósticos cada vez mais altos [3]. 

 

A genotipagem do gene APOE cumpre uma função diferente das demais. Enquanto os outros exames auxiliam no diagnóstico da doença já instalada, o teste genético avalia risco, e não presença de Alzheimer. Por isso, não é utilizado na prática clínica para diagnóstico, mas sim para pesquisa e estratificação de risco [3]. 

 

Avanços científicos e novidades no diagnóstico da doença de Alzheimer 

Numerosos avanços têm sido alcançados nos últimos anos em relação ao entendimento da fisiopatologia do Alzheimer, bem como do seu diagnóstico, incluindo o desenvolvimento de testes e biomarcadores plasmáticos de alta eficiência, novas técnicas de PET para detecção de proteína amiloide e tau, além de protocolos que integram inteligência artificial (IA) à análise de neuroimagem e desempenho cognitivo.  

 

No contexto fisiopatológico, um recente estudo liderado por pesquisadores brasileiros publicado na Nature Neuroscience, analisou dados de neuroimagem e biomarcadores de mais de 300 indivíduos e mostrou que a progressão da Doença de Alzheimer depende da interação inflamatória entre microglia e astrócitos.  

 

Segundo a pesquisa, a astrogliose ocorreu apenas quando o depósito de beta-amiloide coincidiu com ativação microglial, condição que favoreceu maior fosforilação e agregação da proteína tau e esteve associada a pior desempenho cognitivo. O achado ajuda a explicar por que existem indivíduos com acúmulo amiloide sem sintomas clínicos [20]. 

 

Os achados sugerem que intervenções capazes de modular a ativação glial podem complementar terapias anti-amiloide, especialmente em fases iniciais da doença. A incorporação de biomarcadores de inflamação na estratificação de risco e no desenho de protocolos terapêuticos permite avançar para modelos mais integrativos de manejo da doença [20]. 

 

A integração da IA no processo de diagnóstico do Alzheimer também têm avançado. Recentemente, foi desenvolvida uma solução digital que combinou o questionário QDRS, preenchido pelo paciente, com um marcador passivo de IA que analisa automaticamente dados do prontuário eletrônico.  

 

Essa integração aumentou em 31% os novos diagnósticos da Doença de Alzheimer e outras demências, elevando em 41% a solicitação de exames complementares, sem adicionar tempo ou etapas ao atendimento. Os resultados foram publicados na revista JAMA Network Open [21].
 

Segundo a pesquisa, o modelo propõe uma forma de integrar IA de modo automatizado, funcionando como um sinalizador inicial de risco cognitivo que pode antecipar investigações e favorecer encaminhamentos oportunos, especialmente em contextos de capacidade assistencial reduzida [21]. 

 

Qual o futuro dos testes diagnósticos para a doença? 

Sem dúvidas, o futuro do diagnóstico do Alzheimer está centrado no desenvolvimento de biomarcadores plasmáticos cada vez mais sensíveis e precisos, especialmente aqueles que detectam proteína beta amiloide e tau fosforilada. Como já mencionado, o marcador p-tau217 destaca-se por sua precisão diagnóstica, com desempenho comparável ou superior aos biomarcadores de líquor e PET amiloide, especialmente quando combinado à razão Aβ42/Aβ40 [17]. 

 

Estudos brasileiros recentes demonstram que a p-tau217 e razão Aβ42/Aβ40 apresentam excelente desempenho no diagnóstico, mesmo em populações com baixa escolaridade, embora ressaltem a necessidade de validação local e ajuste para fatores clínicos e sociodemográficos [22-24]. 

 

Alzheimer e sua relação com a microbioma intestinal 

Evidências crescentes apontam também para uma interação complexa e bidirecional pelo eixo microbiota-intestino-cérebro. A disbiose intestinal (alteração na composição e diversidade da microbiota) está associada ao aumento da permeabilidade intestinal e da barreira hematoencefálica, facilitando a translocação de endotoxinas (como lipopolissacarídeos) e metabólitos microbianos para o sistema nervoso central, o que intensifica a neuroinflamação e a ativação microglial, promovendo agregação de beta-amiloide e tau hiperfosforilada, características centrais do Alzheimer [25] 

 

Estudos clínicos e pré-clínicos mostram que pacientes com Alzheimer apresentam redução da diversidade microbiana, diminuição de Firmicutes e Bifidobacteria, e aumento de Bacteroidetes e Proteobacteria, além de alterações regionais em gêneros como Bacteroides e Phascolarctobacterium. Essas mudanças iniciam-se já na fase de comprometimento cognitivo leve, sugerindo papel precoce da microbiota na fisiopatologia [26]. 

 

Metabólitos derivados da microbiota, como ácidos graxos de cadeia curta podem modular respostas inflamatórias e sinápticas, enquanto outros, como trimetilamina-N-óxido e peptídeos amiloides bacterianos, favorecem a neurodegeneração. Intervenções que modulam a microbiota têm mostrado efeitos neuroprotetores em modelos animais, reduzindo neuroinflamação e preservando função cognitiva, embora a tradução clínica ainda exija ensaios controlados [27]. 

 

Em síntese, as atuais evidências científicas disponíveis demonstram que a disbiose intestinal pode contribuir para a neuroinflamação, agregação proteica e disfunção sináptica no Alzheimer, e estratégias de modulação da microbiota representam um campo promissor para prevenção e tratamento. 

 

Neste artigo você pode compreender melhor sobre a importância da microbiota, sua relação com diferentes quadros e importância para manter a saúde. 

 

Conclusão 

Os avanços científicos no diagnóstico do Alzheimer têm ampliado a capacidade de identificar a doença em estágios iniciais, permitindo intervenções mais precisas e oportunas. O reconhecimento precoce da doença amplia as possibilidades de intervenção, incluindo acesso a terapias, acompanhamento especializado e planejamento familiar.  

 

A detecção antecipada também permite monitorar a progressão da condição com maior organização e ajustar estratégias de cuidado de forma mais adequada ao estágio da doença. 

 

Para quem busca realizar exames, o primeiro passo é procurar avaliação médica diante de alterações persistentes de memória ou outras funções cognitivas. Somente um profissional especializado poderá definir quais métodos são mais indicados, desde testes cognitivos iniciais até exames de imagem ou biomarcadores plasmáticos quando houver necessidade de confirmação etiológica. Realizar a investigação em serviços especializados contribui para uma abordagem estruturada, garantindo orientações claras sobre os próximos passos e as opções de acompanhamento disponíveis. 

 

Quais exames a SYNLAB oferece para investigação do Alzheimer? 

A inclusão de biomarcadores específicos, como a proteína tau fosforilada 217 no plasma e o painel beta-amiloide/tau no líquor, representa um avanço significativo na investigação da Doença de Alzheimer. Esses exames permitem identificar alterações neurodegenerativas anos antes da manifestação clínica plena, auxiliando no diagnóstico precoce e no delineamento do tipo de demência.  

 

Além disso, diferenciar Alzheimer de outras causas de comprometimento cognitivo, como demência frontotemporal, vascular ou por corpos de Lewy, é essencial para escolhas terapêuticas mais eficazes e acompanhamento adequado. A adoção desses testes fortalece a prática clínica com dados objetivos e atualizados conforme diretrizes internacionais, oferecendo ao paciente um cuidado mais preciso e individualizado. 

 

A SYNLAB oferece exames inovadores para apoiar o diagnóstico em diferentes estágios da avaliação clínica:
 

  • Dosagem em plasma da proteína TAU Fosforilada 217 

A determinação no plasma da proteína Tau fosforilada na treonina 217 (pTAU 217) tem demonstrado ser um biomarcador muito eficaz no processo de diagnóstico diferencial das demências, especificamente da doença de Alzheimer. Sua capacidade diagnóstica é semelhante à dos biomarcadores utilizados no líquido cefalorraquidiano (LCR), evitando a realização de um teste invasivo como a punção lombar. 

 

  • Dosagem em plasma da proteína TAU Fosforilada 181 

A dosagem plasmática da proteína Tau fosforilada 181 é um biomarcador importante na avaliação de processos neurodegenerativos, especialmente na doença de Alzheimer. Níveis elevados de pTAU 181 refletem a fisiopatologia específica da taupatia associada ao Alzheimer, oferecendo uma alternativa menos invasiva aos testes realizados no líquido cefalorraquidiano (LCR) e contribuindo para um diagnóstico diferencial mais preciso. 

 

  • Dosagem em líquor de beta amielóide e TAU 

A análise do líquido cefalorraquidiano dos biomarcadores Beta-Amiloide 1-42, da relação Aβ1-42/Aβ1-40 e da proteína Tau total é considerada o padrão ouro para a detecção das alterações bioquímicas características da doença de Alzheimer. Esse painel permite identificar simultaneamente a deposição de amiloide e a degeneração neuronal, oferecendo alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico, acompanhamento e estratificação clínica das demências. 

 

  • ADGENexame genético para avaliação de predisposição à Doença de Alzheimer 

ADGEN é um exame genético que analisa quatro genes associados ao desenvolvimento da Doença de Alzheimer: APP, PSEN1, PSEN2 e APOE mediante sequenciamento de nova geração (NGS). Essas variantes são reconhecidas em bases científicas consolidadas e permitem estimar o risco genético, auxiliando na detecção precoce e no planejamento clínico.  

 

Por se tratar de uma doença influenciada por múltiplos fatores, incluindo o componente hereditário, a análise genética oferece informações complementares importantes para o acompanhamento especializado. 

 

O exame é indicado para pessoas com histórico familiar de Alzheimer, indivíduos com alterações cognitivas leves ou moderadas e para aqueles que, mesmo sem sintomas, desejam conhecer sua predisposição genética. Ao fornecer uma avaliação detalhada do risco individual, o ADGEN contribui para orientar estratégias de monitoramento e suporte clínico de forma mais personalizada. 

 

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A realização de exames precisos e atualizados é essencial para diagnósticos mais assertivos e para o melhor direcionamento dos tratamentos. A SYNLAB está aqui para te ajudar. 

 

Oferecemos soluções diagnósticas com rigoroso controle de qualidade às empresas, pacientes e médicos que atendemos. Estamos no Brasil há mais de 10 anos, atuamos em 36 países e três continentes, e somos líderes na prestação de serviços na Europa. 

 

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Dúvidas frequentes (FAQ) 

O que é a doença de Alzheimer? 

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, marcada por declínio cognitivo, especialmente da memória, associado a placas de β-amiloide e emaranhados de tau no cérebro. 

 

Por que o diagnóstico precoce do Alzheimer é importante? 

Porque permite iniciar intervenções em fases iniciais, retardar o declínio funcional, planejar cuidados e ampliar o acesso a terapias e ensaios clínico 

 

Quais são os primeiros sinais que devem motivar avaliação médica? 

Esquecimento progressivo de eventos recentes, dificuldade para nomear objetos, desorientação em locais conhecidos e perda de autonomia nas atividades diárias. 

 

Quais são os principais exames utilizados no diagnóstico do Alzheimer? 

Testes cognitivos, exames de imagem (ressonância magnética, PET) e exames laboratoriais com biomarcadores em sangue ou líquor. 

 

Exame de sangue pode ajudar a diagnosticar Alzheimer? 

Sim. Biomarcadores plasmáticos como Aβ42/Aβ40, p-tau217 e p-tau181 auxiliam na detecção precoce e na confirmação etiológica de forma menos invasiva. 

 

O que é o gene APOE e qual sua relação com o Alzheimer? 

APOE é um gene associado ao risco de Alzheimer; o alelo E4 aumenta o risco, enquanto o E2 é considerado protetor, embora o teste não seja usado como diagnóstico de rotina. 

 

A microbiota intestinal tem relação com a doença de Alzheimer? 

Evidências indicam que a disbiose intestinal pode contribuir para neuroinflamação e agregação de proteínas, sendo um possível modulador do risco e da progressão da doença. 

 

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